Juan me pergunta: _ O que você acha pior, terrorismo ou guerra?
Acho as duas possibilidades pavorosas e não há nenhuma escolha possível, há que recusar as duas e como no belo poema do Paul Éluard , "Liberté", há que escrever liberdade e paz em todos os lugares, pois as duas palavras caminham juntas.
E como a humanidade é insana eu olho o mar que , indiferente, eterno, fabrica as suas ondas imensas e faz música incessantemente.
CORPO-MAR
Todos os rios, fios de água,
pingos, chuvarada, poços,
mananciais, nascentes,
cachoeiras, deságuam
em meu corpo miúdo,
meu corpo-mar.
Eu, tão terrestre e,
no entanto, navegante
das ondas mais altas.
Do cimo das espumas
grito palavras
embrulhadas em água:
palavras úmidas,
abafadas, quase um eco.
in Poemas para Ler na Escola, ed. Objetiva
quinta-feira, 18 de abril de 2013
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