Chegaram cedo ao nosso encontro, Mariana, que viajou toda a noite de
São Paulo para Saquarema e Cristiano e Ana que vieram de
Teresópolis.Agradeço especialmente a presença generosa destes leitores
que vieram de longe. Não veio Ângela do Rio, mas mandou uma linda carta
falando do impacto que a leitura do livro O Físico, do Noah Gordon
provocou em sua vida . E a sala foi se enchendo aos poucos e ficou
lotada. A discussão do livro, riquíssimo em todos os sentidos, foi
quente e maravilhosa. Angela, professora do Osíris, fez um dos
depoimentos mais emocionantes que já presenciei, de como este livro foi
um grande estímulo para a transformação do seu olhar, de como agora ela
sabe que não pode desistir da sua biblioteca, do seu projeto de leitura
na E.M.Osíris aqui em Saquarema. Sou testemunha do seu belíssimo
trabalho. Maria Clara, como sempre, nos traz com a sua leitura
afiadíssima, novos ângulos do livro. Cristiano nos falou dos personagens
como arquétipos. Ressaltamos todos como o autor soube amarrar todos os
pontos, dar muito bem os seus nós de marinheiro urdidor do texto, nada
fica ao acaso, embora não seja histórico, o livro está muito bem
fundamentado. Juan nos falou da presença árabe na Andaluzia, da
superioridade da cultura árabe sobre os europeus e todos destacaram as
diferenças entre a Europa escura, tenebrosa, atrasada, e a Pérsia
luminosa, limpa, refinada, requintada. Foram destacadas as belas
histórias de amizade que permeiam o livro e muitos leitores se
envolveram a tal ponto que acordavam de madrugada para continuar a
leitura do livro! Gil nos falou que foi possuída pelo livro com uma tal
força que agora sim, sabe que é uma leitora. Hélio e Fernando
sublinharam a beleza da cultura árabe, do convívio do judaísmo com o
ilsamismo, o que também foi reforçado por Héctor fazendo um contraponto
com a situação hoje no Oriente Médio. Felipe ressaltou a beleza do
crescimento do livro quando é discutido em conjunto e Ana quer criar um
Clube de Leitura em Teresópolis.
No final lemos os poemas árabes
medievais, cada um mais lindo do que o outro, Aline queria se esmerar na
pronúncia do seu poeta escolhido e Juan trouxe um poema belíssimo que
leu em espanhol.
A surpresa: Mariana, bem escondida dentro da casa
(quando os poemas começaram a ser lidos ela sumiu) irrompeu na sala
vestida como odalisca e dançou magnificamente, dançarina formada que é
em dança do ventre. Ficaram todos de boca aberta e corações na palma da
mão. Foi insuperável!
O almoço foi esplêndido: salada de
grão de bico, arroz com lentilha coberto com uma camada de cebolas
fritas no azeite e quibe de forno. Fiz um pão integral, um com queijo e outro de milho e as sobremesas foram
um capítulo maravilhoso: Vanda fez um pavê incrível, parecia uma
espuma, Gil trouxe um doce de chocolate crocante indescritível e Hélio e Fernando
trouxeram cuscus. Vinho tinto para aumentar a alegria e a temperatura
amena, o dia tão azul, tudo à nossa volta era cenário.
E o próximo
encontro será no dia 27 de julho na minha casinha em Visconde de Mauá.
Para minha surpresa todos amaram a idéia e já irão reservar uma Pousada
no Vale do Pavão. Para chegar na minha casinha basta seguir as setas do
Babel Restaurante, é lá. Vamos ler A Mocinha do Mercado Central, da
Stella Maris Rezende, ed. Globo e poemas do Leminski. Além disso cada um
levará um conto das Mil e Uma Noites para prorrogar um pouco este clima
oriental que nos encantou.
domingo, 28 de abril de 2013
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