domingo, 14 de abril de 2013

POEMAS CHINESES

O mar ruge atrás de mim, o dia está escuro, choveu a noite inteira. Foi muito boa a minha estadia em Brasília, é maravilhoso rever amigos queridos. A Iris, que é sempre uma dádiva. Stella Maris, que foi até a Feira só para me ver e é de uma delicadeza rara, Celso Sisto e Tino Freitas. A minha fala foi para um público pequeno e foi íntima, ninguém queria ir embora! Ontem, ao chegar em casa, parecia que estava entrando numa outra dimensão,  num espaço de sonho, me senti flutuando. Estava exausta, completamente. 
No final do dia vi na TV5, no programa Thalassa, uma reportagem sobre Istambul e suas várias facetas. Os últimos achados arqueológicos são magníficos, barcos e barcos carregados de ânforas onde antigamente havia mar e era um porto. E meu livro de poemas chineses que pensei que havia deixado no avião, foi encontrado. Na verdade estava no carro que me levou do aeroporto até o hotel e o motorista mandou me entregar. Os poemas são mais do que as ânforas e datam quase da mesma época. São também tesouros arqueológicos, uma maneira de viver, de pensar, há todo um mundo antigo (ano 700) que nos é mostrado. Mas os poemas são como pão fresco, parecem escritos ontem, são lindos.. O poeta está vivo e respira ao meu lado. Muito emocionante:

O TEMPLO NA MONTANHA

Passo a noite
   no Templo da Montanha.
Se estender a mão,
   posso tocar as estrelas,
mas falar não ouso:
   tenho medo de incomodar
os que moram no céu.

Li Bai, in Poemas Clássicos Chineses, ed. LPM Pocket, edição bilingue.

 

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