Voltei da cirurgia muito emotiva, com saudades de um mundo antigo, lento. Ainda bem que aqui em Saquarema, em algumas horas,tenho a sensação de estar vivendo na minha infância. Ouço os galos, cachorros, passarinhos, vozes longínquas de crianças brincando. A gente vai engolindo o mundo como pode, com suas cascas horríveis e ásperas, com sua pressa, seu tempo líquido e pulverizado, seus excessos. Anseio sempre por uma simplicidade de flores silvestres na beira da estrada, por uma essencialidade de osso.
Hoje , Dia dos Namorados, deveríamos ler cartas de amor. Sou apaixonada pelas Cartas a Milena do Kafka. Li umas duzentas vezes. E hoje fico sabendo pelo Segundo Caderno do O Globo que chega ao Brasil o livro reunindo pela primeira vez toda a correspondência amorosa entre Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz.
Não existe nada melhor do que ler e namorar, podemos namorar não só pessoas, mas também flores, gatos, árvores, poemas.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
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