sexta-feira, 18 de outubro de 2013

EM MADRID

Fui a Madrid pela primeira vez em 1994, quando recebi meu Diploma de Honra do I.B.B.Y em Sevilha. Havia conhecido um jornalista ao sair do aeroporto no Brasil,. Ele era espanhol e trabalhava no El País. Eu mal sabia que a partir daquele momento nossas vidas estariam para sempre ligadas. Voltei a Madrid em 1997 para encontrar meu grande amor e e ele me perguntou: _" Você conhece Antonio Machado?" Eu não conhecia e fui buscá-lo. Comprei uma edição lindíssima de capa dura e me sentei num bar onde li sua poesia pela primeira vez. Poesia linda e musical, completamente imersa na magia da natureza. Hoje, com a casa cheirando a algas, com a música do mar, tão longe daquele dia em Madrid , abro o livro do poeta e sua poesia me traz aqueles momentos de volta, com apenas um verso: "Hoy es siempre todavia"
Ou seja, tudo pode acontecer hoje, pois hoje é ainda. E naquele "hoje" tão distante, meu futuro estava sendo urdido em silêncio com os fios da vida.

CLXVI
(Viejas Canciones)

   A la hora del rocío,
de la niebla salen
sierra blanca y prado verde.
El sol en los encinares!
   Hasta borrarse en el cielo
suben las alondras.
Qui´pen puso plumas al campo?
Quién hizo alas de tierra loca?
   Al viento, sobre la sierra,
tiene el águila dorada
las anchas alas abiertas.
   Sobre la picota
donde nace el río
sobre el lago de turquesa
y los barrancos de verdes pinos:
sobre veinte aldeas,
sobre cien caminos...
   Por los senderos del aire,
señora águila,
donde vais a todo vuelo tan de mañana?
...............................................................................
Antonio Machado, Espasa Calpe, Poesías Completas.

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