"Eu acredito, talvez
até ingenuamente, no papel transformador da literatura. Filho de uma lavadeira
analfabeta e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de
botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente
de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, embora fortuito, com
os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma
pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então a literatura pode mudar a
sociedade. Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e extremado
culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso deveria nos
despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem sido visto
como o que nos ameaça. Voltamos as costas ao outro --seja ele o imigrante, o
pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual-- como tentativa de nos
preservar, esquecendo que assim implodimos a nossa própria condição de existir.
Sucumbimos à solidão e ao egoísmo e nos negamos a nós mesmos. Para me contrapor
a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo.
Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o
destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a
felicidade na Terra. Aqui e agora."
domingo, 13 de outubro de 2013
O PODER DA LITERATURA
Luiz Ruffato fez um discurso impressionante, duríssimo e verdadeiro , na Feira de Frankfurt. Reproduzo um trecho emocionante:
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário