Continuando o relato da minha viagem:
Quando o avião pousou depois de passar bem baixinho por uma vasta e densa floresta, quando saí do avião, um soco de ar úmido me nocauteou. Evelyn me esperava radiante. Logo na calçada , antes de tomarmos um táxi, uma mulher vendia banana frita numa grande bacia. Comprei uma porção, seu nome sonoro: alokô. Ela embrulhou num pedaço de jornal e fomos para casa. As mulheres são coloridas, sua vestimenta de 3 peças é maravilhosa: saia, blusa e um pano mágico que elas amarram na cintura, desamarram, amarram de novo, seguram com ele as crianças nas costas, desde recém-nascidos até crianças maiores e não tenho certeza, mas talvez seja o mesmo pano que amarram na cabeça, não sei. Evelyn morava num condomínio aprazível, mas bastava virar uma esquina, se perder um pouquinho e já estávamos no mercado, a maravilha das maravilhas. O mercado é um mundo, uma enorme arca aberta de tesouros. Quilômetros de tecidos no chão, cobres e tapetes, comidas, verduras, peixes secos, frutas, farinhas, etc... Pessoas moram no mercado, dormem à noite nas barracas. E conversam, conversam, conversam...Mulheres sentadas no chão trançam os cabelos umas das outras e colocam apliques.
A uma certa hora descobri o que era futu. Pois se ouvia um barulho grave , pausado e constante: os pilões.
Pilava-se banana da terra ou inhame . Em qualquer lugar da cidade. A pasta , que era o produto no fundo do pilão, se cozinhava e se servia com molho de peixe ou de frango (kedjenú) . Você podia escolher, futu de banana, meio adocicado, ou de inhame. Era a comida nacional, como o nosso feijão com arroz. Mas também se comia muito cuscus.
Quando chegamos no apartamento começaram as visitas para me ver. Evelyn era muito querida pois logo se transformou numa africana branca. Vieram muitas crianças e adolescentes. Se sentavam no sofá e ficavam quietas. Não precisavam falar, pois vieram para olhar. Vieram para fazer companhia, eram como os gatinhos. Depois de um certo tempo , riam e iam embora.
Mas Evelyn tinha uma amiga em tudo especial: Françoise.
Continua na quarta-feira
segunda-feira, 17 de março de 2014
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