Em 1492 os judeus foram expulsos da Espanha. Ficaram os que se converteram. Mas se antes dos cristãos tomarem a Espanha dos mouros, na época em que as três religiões conviviam, a vida dos judeus transcorria sem sobressaltos, apenas pagavam um imposto aos árabes, depois da chegada dos cristãos ao poder, antes da expulsão total, sua vida já não era nada fácil. Os que se convertiam eram vigiados de perto. Se caísse sobre eles a desconfiança de que ainda guardavam as leis judaicas, o destino certo eram as fogueiras, eles eram chamados "marranos" que quer dizer, porcos. Foram expulsos todos os judeus: médicos, filósofos, poetas, joalheiros, músicos, artesãos, etc, etc. Tiveram que deixar suas casas, cidades, suas vidas , ir embora para um destino incerto.Agora, centenas de anos depois, o Governo Espanhol vai dar cidadania aos que provarem que suas famílias foram expulsas da Espanha naquela época. Diz-se que muitas famílias guardaram as chaves da casa , que foram passando de geração em geração.Os judeus da Espanham tinham sua própria língua, o ladino. Quando fui a Córdoba assisti a um espetáculo onde contavam a história dos judeus na Espanha e cantavam belas canções em ladino.
Por conta disso estou relendo um lindo livro de uma escritora espanhola , Toti Martinez de Lezea, ela é basca, que se chama La Calle de La Judería, o livro conta esta história através de uma família que vai se convertendo aos poucos.O tema mexe tanto com minhas emoções que leio um pouco e tenho que parar para acalmar meu coração.A Espanha fez um gesto inacreditável, pois em muitos lugares as pessoas continuam antissemitas. Marrano é um xingamento horrível e ainda se usa. Meu filho me contou que na Semana Santa era acometido de um medo atávico, quando saiam às ruas aquelas procissões medievais.
Que todo homem se reconheça em outro homem. Que toda mulher se reconheça em outra mulher. Somos todos mortais.
quinta-feira, 27 de março de 2014
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