sexta-feira, 5 de junho de 2015

A VOLTA

Voltei de Veneza exausta, mas mais do que isso, com febre e dor de cabeça. Acho que peguei a virose da minha enteada Maya e sua filha Kira. Passei dois dias de cama e estou revivendo aos poucos.
Tenho uma viagem na terça-feira para Resende - Mauá e espero me recuperar bem até lá. Na verdade atravessar um oceano não é atravessar um lago e todas as vezes em que fui a Europa voltei muito cansada.
Agradeço aos leitores que viajaram comigo. Escrever sobre Veneza é uma temeridade, afinal tantos escritores maravilhosos escreveram sobre a cidade , compuseram obras musicais , como Wagner que ficava temporadas em Veneza buscando inspiração.
No último dia pela manhã fomos novamente até a Fondamenta Nuove, onde os turistas quase desaparecem. É um dos meus lugares prediletos .
Viver em Veneza deve ser muito difícil, três venezianos nos disseram :" Para conseguir morar em Veneza tem que ser veneziano, ter nascido aqui." O primeiro era o dono de um prédio apart-hotel em Dorsoduro, fomos ver o apartamento de curiosidade e conversamos com ele sobre isso. O segundo era o cabeleireiro onde cortamos o cabelo ano passado e voltamos para um novo corte. Ele nos disse que é tudo tão difícil, que realmente... só tendo nascido aqui. E finalmente o terceiro foi o dono do restaurante em Rialto onde nos levou nosso amigo Paolo, o garçom da Taverna Maurizzio, junto com sua noiva russa Eugeniya. Ele nos disse que se pode até amar Veneza mas morar é muito difícil, tem que ter nascido em Veneza. Pronto, três depoimentos idênticos de gente local. Paolo, nosso amigo, detesta Veneza, ele é de Puglia e mora em Mestre, terra firme, ligada a Veneza por uma ponte. Trabalha em Veneza mas sonha em sair dali. Quanto voltávamos para o hotel depois do banquete que nos foi servido, o casal nos acompanhou até lá, já era mais de meia noite , havia uma lua maravilhosa, e Veneza parecia outra, vazia. Só no Campo Santa Marguerita havia uma multidão compacta de estudantes, não dava para passar, Ficam ali conversando, bebendo muito, e nossos amigos nos dizem que só há uma discoteca em Veneza, porque é proibido o som alto. E Paolo suspira e diz: "Só gosto de Veneza à noite" .
Chegar em Saquarema é tão bom, o jardim, o mar e as gatas nos abraçam. Nossos caseiros que tomaram conta da casa na nossa ausência com tanto amor, nos abraçam. E me sinto acolhida.

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