sábado, 18 de dezembro de 2010

BOCAS DO TEMPO

Maria Clara me trouxe de presente o livro Bocas do Tempo do Eduardo Galeano. Na última página do livro ela colou uma carta dizendo que fui uma das quinze pessoas escolhidas para receber o livro. Não conhecia o livro que ganhei de presente e fiquei radiante. Sempre amei Galeano de paixão perdida, desde O Livro dos Abraços que foi meu travesseiro por muitos e muitos anos. Galeano nos emociona na medida certa. Seus textos curtos possuem uma densidade poética impressionante. Galeano é um autor imprescindível.

PRIMEIRAS LETRAS

Das toupeiras,aprendemos a cavar túneis.
Dos castores,aprendemos a fazer diques.
Dos pássaros,aprendemos a fazer casas.
Das aranhas,aprendemos a tecer.
Do tronco que rodava ladeira abaixo,aprendemos a roda.
Do tronco, que flutuava à deriva, aprendemos a nau.
Do vento,aprendemos a vela.
Quem nos terá ensinado as manhas ruins? De quem aprendemos a atormentar
o próximo e a humilhar o mundo?

Eduardo Galeano in Bocas do Tempo, L&PM pocket

5 comentários:

  1. Roseana: amo de paixão (quase física) Eduardo Galeano e tenho quase tudo dele tb....vc mereceu esse presente....beijos invejosos.

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  2. Ele é um gato mesmo, além de escrever maravilhosamente bem. Você tem muito bom gosto!

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  3. FAZ TEMPO QUE NÃO VEJO ALGO TÃO CHEIO DE SIGNIFICADO.
    PARECE COM SEUS POEMAS...
    FELIZ NATAL,
    ELIANA.

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  4. É verdade, Eliana. Quando li o poema achei um pouco parecido não só com o estilo, mas com o tipo de emoção que a Roseana passa nos seus poemas, nos seus escritos.
    Esse poema é boa reflexão para o Natal, embora saibamos que no dia 24 ou 25, o Papai Noel descerá pela chaminé em forma de poema da Roseana ou de algum poeta que ela admira.
    Até lá vamos esperar e contar cada dia como contávamos em criança.
    Feliz Natal!

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  5. Meninas, assim vou ficar insuportável!Obrigada pelo carinho de vocês.

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