quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

VOLTA

Voltar para casa e ser acolhida pelo cheiro do mar, pelo relógio antigo que bate as horas quando quer, pelas gatas, pelo jardim, ser recebida no portão pelo Juan , caber entre seus braços, é muito bom. Passei alguns dias fora do mundo, tão dentro da mata que eu poderia ser uma árvore também. Juan e Vanda, minha caseira, passaram o primeiro dia comigo em Mauá . Salvador, meu amigo antiquíssimo veio nos encontrar. Juan não conhecia a minha casinha, pois fazia muitos anos que não subia a montanha. Ficou maravilhado. A casinha é quase invisível, muito escondida e é o único lugar do sítio onde se escuta o barulhinho do rio que passa no vizinho. Almoçamos os quatro no Babel, o restaurante do meu filho André e a sensação de paraíso não nos abandonou nem por um minuto. Todos os dias acordei muito cedo, acendia o fogo, fazia meu café e depois chegava meu filho gritando pelo caminho: _ Mãe!!! Tomávamos café de frente para a mata, na minha varandinha. Tudo na casa é minúsculo, é como abrir um livro de contos de fada e por alguns dias viver aí dentro. Eu terminei de ler o livro do Marcelo Gleiser, Criação Imperfeita. No epílogo ele fala do jardim encantado da casa dos seus avós em Teresópolis quando era criança. Visconde de Mauá é meu jardim encantado.

4 comentários:

  1. eu li seu poema "O Poeta" , do livro artes e oficios e achei interessante no livro voce falar de muitas profissões e no fim deste livro citar a sua profissão , que é uma das mais belas...
    //Heitor e Lucas Goiania/GO , 9ºano , Instituto Educacional Emmanuel.

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  2. Roseana: que bom que vc voltou.Uma perguntibha:meu envelope chegou aí????Beijos felizes.

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  3. Caramba, Roseana... se a minha mãe puder ler o que você escreveu vai se sentir muito bem. A sua descrição de Visconde de Mauá com seu filho gritando Mãe!!! e a volta para Saquarema é um verdadeiro ninho.
    Isso era tudo o que a minha gostava... os filhos perto quando possível.
    Hoje à noite pretendo escrever alguma coisa para a minha mãe. Provavelmente não devem ser palavras tão bonitas e poéticas como as suas, mas são as que eu sinto e posso tirar do fundo coração.
    Obrigada, mais uma vez.
    Angela

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  4. Angela, as suas palavras serão lindíssimas. Maria Neuza, acabo de receber o livro.
    Heitor, fico muito feliz por você ter gostado do meu livro.

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