quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TRANQUILIDADE

Voltei de Visconde de Mauá ontem no final do dia. Exausta, pois não é uma viagem qualquer, é como passar de uma dimensão para outra. Durante o trajeto perco muita energia. Choveu todo o tempo em que estive lá e fazia um frio intenso, úmido, por causa da chuva. Foi magnífico mergulhar na mata. As saracuras vinham até quase a porta da casa com suas cores belíssimas de outono. Um esquilo brincou com um jacu em cima da árvore e o fogo crepitava enquanto as horas escorriam lentas. Terminei o romance do Agualusa, O Vendedor de Passados e penso que deve ser muito triste modificar um passado ou uma genealogia, somos o que vivemos e nossos ancestrais.
Tranquilidade , esta é a palavra exata para os dias que passei dentro do bosque. Li, escrevi 3 poemas, fiz meditação, alongamento e sobretudo contemplei a mata por horas seguidas.
E apresento aos meus leitores uma jovem poeta de 14 anos, minha amiga real, que vive em Madrid. Eu a conheci com 2 anos e para mim é uma surpresa ler a sua poesia tão bela, tão firme, tão madura. Seu nome é Ines e acho que terá um caminho iluminado .Espero que possam saboreá-lo em espanhol


Tranquilidad
Si fuera un color, sería blanco entero
Si es un sonido, el silencio bajo el mar
Si hablamos de tacto, es como el deshielo

Como el ojo de un huracán que destruye sin parar,
Es un vacío que no te produce miedo,
Algo inmóvil cuando el mundo quiere girar.

Es la ausencia de toda debilidad,
Y hay algo con lo que lo quiero comparar,
Es como un aleph, siento tranquilidad.

INES

4 comentários: