Hoje assistimos, eu e Evelyn, minha irmã, a um filme maravihoso, imperdível: O Pequeno Nicolau. São situações da infância, o elenco de meninos é talentosíssimo e as histórias de vida são hilárias. O filme me levou de volta ao tempo em que meus meninos tinham sete, oito anos...época mágica. As crianças nessa idade precisam entender o mundo dos adultos, mundo muito complicado e suas interpretações são delciosas.
No Shopping da Gávea, numa loja de roupas, na vitrine, havia um poema do Ferreira Gullar, um poster imenso. Que beleza, tão inusitado o poema na vitrine, impactante. O poema se chama Olhar.
Chove. Conto cada pingo de chuva: é o tempo que escorre da ampulheta e que me levará de volta para casa.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Encontrei esse poema, Roseana e envio também de presente outro Olhar, mas é do Fernando Pessoa.
ResponderExcluirMas que "duplinha" fantástica...
Olhar de Ferreira Gullar
O que eu vejo
me atravessa
como ao ar
a ave
o que eu vejo passa
através de mim
quase fica
atrás de mim
O que eu vejo
- a montanha por exemplo
banhada de sol -
me ocupa
e sou então apenas
essa rude pedra iluminada
ou quase
se não fora
saber que a vejo.
Olhar de Fernando Pessoa.
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Abraços,
Angela
Faça boa viagem de volta para a sua Saquarema.
Quem sabe, não temos boas notícias a respeito da Casa de Cultura Valmir Ayala?
Maravilhosos os dois poemas juntos. Muito obrigada. Estamos trcendo pela Casa de Cultura. Beijo agradecidos, Roseana
ResponderExcluirRoseana:vi tb O pequeno Nicolau...deliciosoooo...sábado está chegando...conto as horas...beijos expectantes!
ResponderExcluirCaríssima Roseana,
ResponderExcluirantes de mais nada gostaria de dizer que conheço pouco o seu trabalho, mas o suficiente para admirá-la. Agora a dúvida: vc já se deliciou pelas aventuras originais do Pequeno Nicolau, da fantástica dupla Goscinny e Seppé, publicadas atualmente pela Martins Fontes, não?
Um forte abraço
Duda Albuquerque, editor