sábado, 30 de abril de 2011

ENCONTRO

Desde cedo acendemos o fogão de lenha para o almoço do Clube de Leitura da Casa Amarela. O cardápio era um arroz de sabor indiano com frango e frutas. O primeiro a chegar foi Pepito, meu cunhado, de São pedro da Aldeia. depois o Francisco, nosso querido Chico, Procurador do Município e poeta (Chico foi logo avisando que havia escrito um final para o livro Viva Chama da Tracy Chevalier). Então chegou Ângela, que veio do Rio de táxi, Taís , que se mudou de Saquarema para Niterói, Felipe, Andréa e Cris, de Duque de Caxias e outra Angela, professora da E.M Orgé de Saquarema. com suas duas alunas.
A sala já estava arrumada, e tivemos vários lugares sobrando, pois foram muitas ausências: Evelyn, minha irmã, a tia Alice, o Ângelo e Marta, que não conheço e que viria pela primeira vez.Sentimos saudades da Maria Neuza que um dia veio de Divinópolis com sua nora e todos queriam saber se ela voltará.
Poucos gostaram do livro, acharam morno e não conseguiram se envolver, mas enquanto íamos falando dos personagens, da época, dos opostos no livro, da cura pela arte, enquanto íamos tecendo outra vez a trama, todos se surpreendiam e se davam conta da riqueza do livro. Taís e Pepito falaram que a autora conseguiu fazer com que o leitor usasse os cinco sentidos, pois o tempo todo ouvimos,sentimos, tocamos a cidade de Londres do século XVIII. Li alguns poemas do Blake, dos livros que aparecem no livro, Taís trouxe uma gravura da ponte de Westminter e Chico nos leu o final que escreveu para o livro, um final romântico, engraçado e feliz.Escreveu até um poema intitulado Viva Chama, inspirado no William Blake. Como o final é aberto, muitas possibilidades se apresentam. Felipe nos disse que sente como todos os livros que tem lido dialogam entre si e como se sente enriquecido.
Depois de duas horas discutindo, fomos para a varanda. Éramos catorze pessoas na mesa. O dia estava esplêndido e a comida muito boa. O afeto está crescendo dentro do grupo, há uma espécie de irmandade. No final chegou o taxista da Ângela ( que me trouxe uma colagem muito bonita, entremeando a minha poesia com a de Cora Coralina)e como não havia almoçado, oferecí um almoço para que ele não voltasse com fome.
O próximo encontro será em julho e o livro escolhido: O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Marquez Marquez
Os encontros me deixam muito feliz, é como se todas as árvores brilhassem e anjos voassem em revoada enquanto discutimos.

5 comentários:

  1. Roseana: ler seu relato me fez participar também...pretendo voltar sim..preciso me organizar.Em julho meu filho "francês" e minha norinha,que esteve aí,virão ao Brasil para dois meses de férias...então,vou ficar por conta de matar as saudades( não o vejo há 3 anos..snif).Mas antes de 2012 participarei ,de novo, da roda de leitura.Eu adorei Viva Chama,adorei A moça do brinco de pérolas.As atitividades e as torcas aí me deram água na boca.Beijos felizes e amigos.

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  3. Ah! caramba. Vou começar pelo final:
    "Os encontros me deixam muito feliz, é como se todas as árvores brilhassem e anjos voassem em revoada enquanto discutimos".
    Só podia ser você fechando esse encontro. Quando eu digo que ao descrever ou escrever sobre qualquer coisa, você consegue fazer com que aquilo tome forma, cor, movimento, você não acredita.
    Quanta a descrição de tudo, foi perfeita: uma verdadeira Ata. Você só se esqueceu de dizer da delicadeza e do carinho com o almoço que você, sempre nos oferece. Para mim a simbologia do pão e do vinho (como já falei no meu primeiro encontro) é algo divino, que transcende a minha imaginação. Eu perco sempre o fôlego quando você os coloca na mesa.
    Vou repetir: Os maiores ensinamentos de Jesus foram em viagens a pé e ao redor de uma mesa.
    Bem, todos os encontros são diferentes, pois diferentes são os livros e a partir deles as interpretações e os sentimentos são os mais diversos - graças a Deus-, pois isso é um sinal que estamos vivos e atentos. Mas foi o de hoje, o que mais gostei. Senti muita paz, talvez por causa do efeito que o livro causou. Na verdade ele não foi tão morno assim, pois então não teria comentários tão ricos.
    Nossa... isso foi coisa do William Blake. Ah! Ah1 Ah!
    Eu concordo, também quando você diz: O afeto está crescendo dentro do grupo, há uma espécie de irmandade. A leitura proporciona isso, bem como o compromisso da maior parte das pessoas.
    Muito obrigada, pelo almoço para o meu motorista. Ele ficou muito envergonhado, mas muito feliz e agradecido. Achou vocês extremamente simpáticos e acolhedores.
    Dê um grande abraço na sua Tia Alice. Diga que ela fez muita falta. Ela continua a ser também a minha representante, afinal de contas a minha mãe já trocou de lugar.
    Feliz final de semana e um grande abraço para todos.
    Com carinho,
    Angela

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  4. Minhas meninas, obrigada pelo carinho. E esperamos todos pela volta da Maria Neuza.

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  5. Olá Roseana,
    Como Maria Neusa citou, "ler o seu relato me fez participar também" ... não conheço nenhum de vocês, mas sinto muito íntima de todos e com a mesma paixão pelos livros. Amo quando você começa ambientando o momento; fico imaginando o fogão a lenha, o carinho com o preparo do almoço. Com certeza deve ser uma delícia esses encontros literários ao sabor das palavras e arroz com frango e frutas. Que delícia!!!
    Tenha uma ótima semana
    e viva ao
    "Clube de leitura da Casa Amarela"
    Beijos Maristela

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