quarta-feira, 20 de abril de 2011

ESCOLAS PREMIADAS

Silvane, diretora da Escola Municipal Hermann Muller, tão falada aqui no blog, me envia uma linda matéria do jornal Notícia:
Práticas adotadas em duas escolas de Joinville estão na final de prêmio nacional
Alunos das escolas municipais Hermann Müller e Germano Lenschow participam de experiências inovadoras de aprendizado
Mariana Pereira | mariana.pereira@an.com.br

"Duas escolas de Joinville estão entre 32 instituições finalistas de um prêmio nacional que reconhecerá as “Melhores Práticas do Brincar” e as “Melhores Práticas do Aprendizado pela Experiência” de todo o Brasil.

A entrega do prêmio, que faz parte do Programa Pelo Direito de Ser Criança, promovido pela Omo Unilever, será na quarta-feira, em São Paulo, e a expectativa das representantes joinvilenses é grande. Os alunos das escola municipais Hermann Müller e Germano Lenschow, na região rural de Pirabeiraba, estão confiantes.

Basta conhecer as escolas para saber por que as instituições têm grandes chances de vencer e receber o selo “Aqui se aprende pela experiência”.

Aprendendo com a voz da experiência

Os alunos da Escola Municipal Germano Lenschow sabem que aprender com a experiências dos mais velhos pode ser ainda mais enriquecedor. Um dos projetos desenvolvidos na escola, o Café com Memória, tem promovido encontros das turmas da educação infantil e do ensino fundamental com pessoas que têm mais de 60 anos de vida e histórias para contar.

— Um dos encontros foi com idosos da comunidade rural e outro foi na Estação da Memória, com ex-funcionários da estação ferroviária — , conta a professora Alessandra Helena Nazário Günther.

— Foi bem interessante, porque, para trabalhar essa questão da memória, depois os alunos ajudaram a montar um pequeno museu, em uma das salas da escola, para contar as histórias deles e das famílias deles — , relata.

E mais do que valorizar a experiência dos mais velhos, os professores também procuram, durante as aulas, dar às crianças o direito de viver a infância em sua plenitude, com todas as brincadeiras e fantasias a que as crianças têm direito. Seja na Hora Livre, em que as crianças escolhem do que brincar, ou durante as atividades, professores trabalham os conteúdos sempre de forma lúdica.

Mas nem tudo é brincadeira. Os alunos também demonstram que estão preocupados com questões sérias. Por isso, no ano passado eles desenvolveram uma ação de educação ambiental e distribuíram sacolas de lixo para carros a motoristas que transitam pela Estrada Dona Francisca. A intenção foi conscientizar os motoristas sobre a importância de não jogar lixo na rodovia.

Sala de aula sem paredes ou quadro-negro

Na Escola Hermann Müller, por exemplo, a sala de aula é ao ar livre, o jardim tem um bosque de leitura, cheio de poesia, e até a forma de aprender o alfabeto é diferente. Elas aprendem a ler e escrever cada letra plantando flores, num canteiro com espécies de A a Z, de alamanda a zínia. E o respeito à natureza e ao próximo também é cultivado, dia a dia.

— Cada um tem a sua orquídea e todos os dias a gente vai vendo se descobre um novo broto, um novo botão, uma flor nascendo — , conta Amanda da Silva Almeida, de nove anos, aluna do 5º ano.

— No orquidário, eles acompanham o desenvolvimento de 140 orquídeas, e depois, algumas destas espécies nativas serão devolvidas para a mata atlântica, para recuperar áreas devastadas — , explica a diretora da escola, Silvane Aparecida da Silva.

— Muitas escolas trabalham a questão da educação ambiental por meio das tragédias, falam do aquecimento global, da poluição, do desmatamento da Amazônia, o que pode trazer à criança um sentimento de impotência, e nós preferimos dar a elas a oportunidade de viver uma experiência positiva, que traz esperança — , ressalta.

— Se não for divertido, não é envolvente, tampouco sustentável — , defende.

— É impressionante perceber como não temos casos de agressão na escola, todos se ajudam — , diz a diretora, que atribui o bom comportamento dos alunos a essa convivência harmoniosa com a natureza.

— Alguns estranham quando vão estudar em outra escola — , conta a diretora.

— Mas eles voltam para acompanhar as orquídeas que plantaram florescendo, porque isso acaba criando um vínculo da criança com a escola, e outros já estão levando estas práticas em suas novas escolas — , complementa.

Quem visita a escola, na Estrada Palmeira, fica impressionado. O escritor Leonardo Boff, que visitou a escola, disse que a Hermann Müller é a escola dos sonhos de qualquer criança, e resumiu sua impressão no Twitter: "Visitei uma escola montada sobre a relação com a ecologia. Aqui está o começo da nova Terra."

3 comentários:

  1. Caramba Roseana são tantas coisas bonitas, mas não só bonitas importantes que toda a sinceridade, não dá para fazer qualquer comentário.
    Você já fez tudo, viveu as maravilhas do trabalho, escreveu, comentou e se alegrou.
    Nós pobres mortais só temos que admirar e dizer para essas escolas:
    “MILHÕES DE PARABÉNS... sejam abençoadas”.
    Certamente, num lugar assim não tem vez para agressões, ódios, bullying ou coisas parecidas.
    Obrigada,
    Angela

    Obs.: Será que vamos ter se for possível, um texto tão maravilhoso como o que você escreveu na semana santa,do dia 02 de abril de 2010?
    Ainda não a conhecia através do BLOG... eu li muito tempo depois e, achei o máximo.

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  2. A verdade é que ações como essa dessas duas escolas, despertam esperança em nòs mesmos ! A alegria e emoção de saber que existe uma chance é libertadora ! Que a semente da gentileza seja espalhada por todos os cantos do universo e permita através do exercicio da "educação prazerosa", nascer belos frutos !

    Obrigada Roseana, por compartilhar o texto conosco !

    Beijos esperançosos,

    Iara

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  3. Iara e Angela: escolas assim precisam ser "contadas" para que a experiência se espalhe como belas sementes ao vento.

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