domingo, 16 de outubro de 2011

COISAS OCULTAS

Ando com muita vontade de reeditar uma agenda que fiz em 1995. É lindíssima e não perdeu a validade. Foi Mariana, a leitora dançarina que passou alguns dias em nossa casa, quem me deu a idéia. Fazia anos que eu não a folheava. Agora, com a agenda nas mãos, vejo que no dia 6 de janeiro escrevi um poema e ele não cabia inteiro na página do dia 6 e eu continuei na página do dia 7:

COISAS OCULTAS

Há um poço oculto
posso sentir sua água
em minhas mãos
o peso da sua água
entre meus dedos
a corda que canta
quando ao relento
se diz a palavra
concha.
Há uma estrada oculta
minhas mãos podem
sentir seu chamado
o musgo que cresce
em suas beiradas
tênue promessa de voo.

Dentro da noite
imóvel
adivinho o coração
das pedras.


Eu poderia ter escrito o poema hoje, mas escreví em 1995. Mudei muito mas minha poesia não mudou. É como se fosse o fio que me sustenta.

3 comentários:

  1. Roseana: eu adoraria ter essa agenda..vá em frente..nos brinde com essa alegria...beijos incentivadores.

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  2. Já estou esperando ansiosamente!

    Beijos!

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