Amanhece. Olho o mar e um pescador solitário recolhe a linha, seu corpo dança e de longe parece um esboço.
Penso na vida como um grande esboço dos nossos desejos. E quando olhamos para trás a vida parece um filme fragmentado onde somos tantos personagens.
Envelheço. Meu corpo é rude, me desobedece, mas sou capaz de caminhar por ruas que percorri na década de 50, minha memória, às vezes, é um falcão amestrado. Há dentro de mim uma geografia intacta de uma cidade que não existe mais.
Olho o mar. A luz já cobriu tudo de um azul-cinza que ainda vai se desdobrar. Lá está o pescador. Com seu corpo recolhe o tempo.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
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