Não tenho o telefone de ninguém gravado no meu celular, penso que se perco o celular , meus amigos ficam vulneráveis. Mas a verdade é que eu não uso quase nada de tecnologia, o mínimo necessário para não estar excluída do mundo de hoje.
Entro na papelaria Angel aqui em Saquarema e busco um caderno de telefone. Na minha infância uma das coisas que eu queria para o meu futuro, para quando fosse adulta, era ser dona de papelaria. Acho um lindo, com capa de flores e papel reciclado: é este que quero. Acaricio sua capa e já ficamos íntimos. Agora a dura tarefa, começar a passar a limpo os telefones do caderno velho, todo rabiscado, tão caótico, tão emaranhado que só eu posso entende-lo . Mortos e vivos se misturam, como vou riscar o nome do amigo tão querido, que me acompanhou por quase 30 anos e que foi definitivamente embora? Seu telefone continua lá e o da minha mãe também. Passar um caderno de telefone a limpo é viajar pela memória e é uma tarefa dura e lenta.
O tempo continua fechado mas o sudoeste amainou. O sol quis sair, mas desistiu. Seu esforço durou apenas dez minutos. Então acho que fica lindo aqui no post um poema do grande Juan Ramón Jiménez, Prêmio Nobel de 1956
AMOR
?Cuanto tardas en salir,
sol de hoy, sol de hoy!
!Sal, que me ahogo!
in Selectión Poética, ed. Alhambra Longman, Madrid.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
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