"Sempre gostei da palavra tropeço. Curioso que ela própria, a palavra, traz em si a idéia de tropeçar, assim sinto a sua sonoridade.
Tropeçar com os olhos, isso é o que acontece quando no meio do caminho tem algo que não estava ali antes e que nos faz parar, pensar, desarrumar nosso hábito de não perceber o entorno que nos toca.
As interferências urbanas, o que de repente acorda nosso olhar, nosso corpo, o que desfaz a nossa conhecida percepção das ruas, do bairro, da cidade, acorda também sensações e memórias, acorda os múltiplos sentidos.
“Havia uma pedra no meio do caminho”... quanto esforço temos que fazer para vê-la?
Assim, a escultura, a instalação, as cores inusitadas, o que nos tira da cegueira habitual, o que move o quebra-cabeça e faz com que tenhamos que recolocar as peças no lugar, ou buscar um outro lugar...essa interferência é o despertador urbano que nos acorda e nos dá o nosso espaço , como um presente que temos que desembrulhar cuidadosamente, para não quebrar."
Nossa Roseana: irmã de peixe, "peixinho" é. Essa sua irmã Evelyn escreve bem legal, não é? Ela deu um colorido nos tropeços e nas pedras para nos dizer o quanto cegos somos. Provavelmente estiveram ali, uma vida inteira, mas andamos sempre tão apressados que deixamos de observar coisas tão simples e de grande beleza que estão a nossa volta.
ResponderExcluirSerá que não fazemos assim, também com as pessoas?
Beijinhos,
Angela
Angela, a Evelyn vai amaro teu comentário!!!
ResponderExcluirAo ler o que a Evelyn escreveu, ainda mais depois de conhecê-la pessoalmente,imagino que "Tropeçar com os olhos" seja o que acontece quando se passa em frente a escola onde o muro é feito de cerâmicas, Colégio Estadual Campos Sales, em Teresópolis, com traços de cada um que ali vive e convive, muitas vidas, histórias... e a Evelyn transformou em mural, em arte e para sempre...
ResponderExcluirLindo texto!
Beijos, meninas!!!
Lourdes
Obrigada, Lourdes, a Evelyn adorou.
ResponderExcluir