Não sei vocês, mas eu vou perdendo tudo, canetas, livros, brincos, pulseiras, xales. Em Bogotá perdi um lindíssimo xale negro que a Ieda de Oliveira me emprestou. Xale comprado em Paris. Chovia muito na saída da feira e sem guarda-chuva o xale emprestado foi meu abrigo. Nem a mágica palavra Paris conseguiu grudá-lo ao meu corpo: eu o deixei no táxi. Desolada, ontem, peguei o xale que mais amo e enviei por correio para a Ieda. Na minha última visita ao meu filho em Granada perdi as únicas jóias que tinha, que eu amava,presente de casamento do Juan, que foram encontradas na casa, dentro do armário do meu neto, um ano depois. Não sei o nome disso.
A primeira vez que ouvi um poema do Carlos Pena Filho, foi em Olinda, nos anos noventa, na voz da Elisa Lucinda e no poema, ele ia pintando tudo de azul. Fiquei perplexa com tanta beleza. Vrei uma estátua azul.
Agora leio no "Guia Prático da Cidade do Recife", que acho num canto da estante:
".........................................
Nos subúrbios coloridos
em que a cidade se estende,
em seus longos arredores,
onde, a cada instante nasce
uma rosa de papel,
caminham as tecelãs.
Restos de amor nos cabelos
que ocultam por ocultar,
levam a noite no ventre
e a madrugada no olhar
e em esqueletos da sombra,
onde a luz chega filtrada,
as tecelãs vão parar."
............................................
Porque também sou tecelã de poesia, amores, amizades, vida, este fragmento me toca especialmente.
sábado, 5 de maio de 2012
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Olá, Roseana!
ResponderExcluirEu também perco tudo!
Pior que perder coisas é ter perdido muito da vida por causa da religião.
Amei o poema!
Agora, posso ser o que eu quero, e resgato todas as minhas jóias me transformando numa borboleta azul.
Beijos
Sabe, escrevi um livro,publicado pela Augustus e já fora de linha chamado Um Pouco Aqui , Um pouco lá. Um dos planetas que o protagonista visitava era o Planeta dos Objetos Perdidos! está tudo lá!!
ResponderExcluirMinha devoção a Sto Antonio se deu por conta disso. Perdi meus óculos de leitura. ó!! o que fazer? bem, fui pro casamento do meu sobrinho e lá ganhei uma medalhinha do santo enfeitando um "bem-casado".Pendurei no pescoço. Chego em casa, a Raquel diz, dona angela,fecha os olhos e estende a mão.Os óculos! Aí, lendo não me lembro mais o quê descubro que ele é o santo dos objetos perdidos! Eu não sabia! Achava que ele era só dos casamentos e que o São longuinho era o ajudante dos objetos perdidos. Vá lá se saber porquê. Aliás, vivo dando os três pulinhos pra ele. Roseana, a gente não perde: as coisas se escondem! Alexandre diz que é saci e que ele se diverte comigo.. enfim.. Belo poema! Ah!! sonhei com você e o seu lançamento!! foi bárbaro.
Então, Angela, tomara que o meu lançamento seja maravilhoso mesmo, pois em Mauá está a nascente da minha poesia e estão muitos amigos da minha juventude. Será lindo sim.
ResponderExcluirDébora: toda a minha solidariedade!!!
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