sábado, 12 de maio de 2012

BURANO

Ontem passamos o dia quase inteiro em Burano. É uma pequena ilha feita de rendas, cores, irrealidade.
São casinhas minúsculas, lindas, de todas as cores  vibrantes que se possa imaginar. Parece que caminhamos dentro de um quadro naif. Desde muitos séculos as rendeiras tecem maravilhosos bordados e rendas. Os canais, minúsculos como as casinhas, fazem sinuosos desenhos. Caminhamos a ilha inteira e poderíamos ficar aí por muito tempo, lendo, escrevendo. Não dá vontade de ir embora. Nos sentamos no restaurante mais antigo de Burano, há quatro gerações a mesma família cozinha. Em 1920  o restaurante se mudou para esta casa onde almoçamos e aí funciona até hoje. O azeite é fabricado também por uma família desde 1580, lemos no rótulo, mas nestas paragens o tempo se mede por séculos.
Hoje sim iremos ver uma grande exposição de Klimt, estou esperando o museu abrir. E depois andar para dentro, para longe da multidão , dos grupos imensos e dos camelôs que tanto estragam Veneza.
Por dentro há uma Veneza vazia e é por aí que hoje caminharemos, ao léu, nos perderemos.

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