Ontem choveu muito de manhã e a temperatura caiu muito também. Quando a chuva parou lá pelas 13hs fomos para a rua mas o vento era cortante, o frio intenso, então andávamos um pouco e logo entrávamos num café para nos aquecer.
Entramos num café superlotado perto da Accademia. Encontramos uma mesa espremidinha e nos sentamos. Depois da operação tira casaco e cachecol comentei com o Juan: _Nossa, o Café está cheíssimo! Um garçom que passava por nossa mesa, sem parar, disse, andando: _É sempre assim.
Era uma correria de garçons para lá e para cá. Não era ele quem nos servia, mas cada vez que passava pela nossa mesa dizia uma frase em português. Sabendo que ele estava desesperado para falar, nós o chamamos quando passava para fechar a nossa conta. Ele trouxe a conta e perguntou: _ De onde são vocês? E ele tinha três minutos para nos contar que era de Natal, que não aguentava de tanta saudade do Brasil e que não estava feliz.Nos desejou uma boa estadia. Queríamos perguntar por que então estava em Veneza, como veio parar aqui, qual era a sua história, mas ele já havia desaparecido, correndo com uma bandeja, para lá e para cá.
À noite jantamos num restaurante magnífico, "Il Giglio". Ao lado da nossa mesa um casal de franceses falava baixinho com a jarra de vinho já terminando. Foram embora e dois senhores americanos se sentaram. Falavam alto, quase gritavam, como dizem os italianos, sem nenhuma elegância. Um deles pediu uma sopa de peixe e veio um prato maravilhoso, com lagosta, camarões, mariscos levemente mergulhados num caldo que se adivinhava saborisíssimo. O americano olhou para a sua sopa com repugnância e chamou o garçom aos berros. Disse que aquilo não era uma sopa. O garçom disse que sentia muito mas que naquele restaurante aquilo era uma sopa de peixe. O americano ia tirando todas aquelas maravilhas e colocando num prato ao lado. Só tomou o caldo. Sem nenhuma elegância!!!
Hoje vamos para a Giudecca, o dia está belíssimo, no céu nenhuma nuvem, vamos deslizar por aí.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fiquei com muita vontade de saber a história do garçom, há tantas pessoas que passam por nós e não dá tempo para ouví-las. Espero que ele descubra as felicidades nas coisas simples, e volte para o lugar que o faça feliz. Pelo menos ele dever ter saído nessa procura.
ResponderExcluirUm grande beijo Roseana!
Beijos, Gaby querida!
ResponderExcluir