A sensação de felicidade é muito pessoal. Difícil definir. Um instante em que nos sentimos latejando de vida, plenos, em que nossa existência faz sentido, em que nos misturamos com a existência do universo. Em que somos nós mesmos . Nossa sociedade de consunmo ao inventar novos desejos a cada minuto, necessidades que não existem, cria uma sensação de falta. Mas a falta faz parte do que somos: humanos. E não podemos suprir nosso desejo de imortalidade com coisas. A música do mar, um cheiro, uma árvore florida, uma voz amada, uma carícia, por algum tempo nos completa. E nos intervalos? Quando a consciência do mundo é uma faca enterrada em nossas gargantas? Tentar fazer algo por alguém sempre acrescenta, nos devolve a plenitude.
Hoje recebo de presente o lindo poema da Cecília Meireles:
Encomenda
Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
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