Ontem recebi duas fotos que me deixaram muito emocionadas. Não tenho quase nenhuma foto desta época, a década de 70. Não tinhamos máquina fotográfica. Não tenho nenhuma foto da casa onde morei na Tijuca, na Rua Henrique Fleiuss. Mas eu a tenho na memória, com todos os cantos e cheiros, eu a amava perdidamente. Deixamos a casa e nos mudamos para Visconde de Mauá em 77 , com os filhos pequenos. E numa sinfonia não ensaiada, levas de pessoas foram chegando e não havia uma escola alternativa para as nossas muitas crianças, os filhos de um bando de artistas meio loucos. Então foi criada a Escolinha da Terra, no Vale da Santa Clara. Muitos professores eram os próprios pais. O recreio era na cachoeira. Havia aula de circo, de música, de construção, além do currículo normal. Eu contava histórias.Uma vez uma vaca entrou na sala de aula, quem sabe uma vaca leitora...Até hoje muitas daquelas crianças continuam amigas num elo indestrutível. Desde aquela época, tão nova, eu já sabia que aquele modelo de educação era magnífico. A alfabetizadora havia trabalhado com o Paulo Freire.
Foi em Mauá naqueles anos, que comecei a escrever poesia. E foi morando ali que publiquei meu primeiro livro o Fardo de Carinho, pela extinta ed. Murinho.
Estou na foto acima, à esquerda da moça de trança. Era uma apresentação da aula de Circo e meu filho Guga estava se apresentando.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário