sexta-feira, 24 de outubro de 2014

AUTENTICIDADE

Como saber que uma pessoa é autêntica, verdadeira? Para mim é simples. Ela tem que atuar junto com as suas ideias. Não pode pregar uma coisa e fazer outra. Um bom exemplo é o Papa Francisco, que vive de verdade os ensinamentos de Jesus. Vive de um jeito simples e ele é o que prega, o que pensa. Age assim no seu cotidiano, renunciando ao luxo a que tem direito.
Outro exemplo de figura pública é o Pepe Mujica, do Uruguai. Um escritor espanhol o acompanhou por muitos dias, li a reportagem imensa, lembro do segundo nome do escritor: Millás  Em nenhum momento em seu cotidiano, Mujica deixou escapar algum gesto ou ato que fosse contrário ao seu pensamento de simplicidade total. Não há nenhum luxo na sua vida.
Mandela entendeu que a violência não leva a nenhum lugar iluminado, dentro da violência só existe dor, sangue, perdas, ódios, vinganças, mortes. Então Mandela pregou o perdão. Com rituais de purificação bastante claros: eu admito a minha culpa e peço perdão e o ofendido perdoa. Mandela dizia que mesmo dentro do pior ser humano existe alguma coisa de bom e ele pode ser modificado.
Vivo do jeito mais simples que posso. O que me sobra tento dividir, ajudar alguém a fazer um curso, e são muitas pessoas a quem já dei um empurrrão no balanço da vida.Abro a minha casa para receber crianças e professores de escolas públicas.  A minha casa foi construida com os livros que vendi para o Programa Literatura em Minha Casa, do Governo Fernando Henrique. Foi a primeira grande compra de literatura para as escolas. Se eu fosse política, dinheiro público para mim seria tão proibido quanto um incesto. Dinheiro público para mim é de todos nós, que pagamos impostos em cada pequena coisa que consumimos, arroz café, fósforos. Então , quando os políticos viajam em jatinhos particulares ou se hospedam em hotéis de luxo ou vão para a Europa fazer compras e beber vinhos esplêndidos, estão simplesmente nos roubando. E já que entram na política para um bem maior, fazer bem aos cidadãos, a austeridade deveria ser a pauta. Não é o que acontece no Brasil. Políticos que enchem a boca com a palavra pobre gostam de luxo, mas luxo com dinheiro público? E  que ganhamos nós cidadãos com as campanhas bilionárias? A campanha deveria ser austera, a figura do marqueteiro deveria ser eliminada, pois só traz mentiras e prejuízos para nós, simples mortais. E quando viajam deveria nos prestar contas. Nada de hotéis de luxo pago com dinheiro público.
O brasileiro trabalha muito para sobreviver e dependendo do seu poder aquisitivo, para sobreviver mal.
Os transportes públicos são uma ofensa, mesmo aqui, nesta minúscula Saquarema, já que estão envolvidos em campanhas, todos sabemos, e o que oferecem é um transporte abaixo de qualquer crítica e caro.
Com o dinheiro gasto pelos políticos em futilidades, com o dinheiro gasto em obras malfeitas que desabam, ou em obras inúteis, alguma melhoria poderia ser feita pelo bem comum.
Políticos gostam de luxo, mesmo quando em seus comícios enchem a boca com a palavra "pobre".
Normalmente os políticos são pessoas que não praticam a autenticidade. Falam uma coisa e fazem outra.
Para a nossa vergonha, o nosso prejuízo, a nossa tristeza.
Temos , como humanos destruidores do planeta, a obrigação de compartilhar com o outro e ajudar mesmo com pequenos gestos a refundar o planeta. Já estamos vivendo o começo das mudanças climáticas. Temos que nos unir para sobreviver.          

Nenhum comentário:

Postar um comentário