sábado, 25 de outubro de 2014

HISTÓRIAS DE GATAS

Começo as minhas histórias das gatas Nana e Luna, que vivem conosco , copiando aqui o poema que a Nana escreveu quando subiu hoje ao computador de manhã. O meu computador abre na página do Google e naquele espaço em branco ela escreveu:
hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhvb]iok 
Não mudei nenhuma letra, apenas copiei e colei.Identifiquei em seu poema uma risada, um beijo e o som do beijo, prestem atenção.
Quando cheguei do hospital de muletas Nana odiou a situação. Cada vez que eu aparecia, toc-toc no chão , Nana fugia apavorada. Resolveu protestar com uma Manifestação que nunca precisou fazer na vida:
Entrou no meu banheiro que agora é o de hóspedes por motivos técnicos, e fez xixi ao lado da privada, que era o lugar onde eu colocava as muletas. Mais óbvio impossível. E agora que ando sem muletas e Nana se reconciliou comigo, toda dengosa pro meu lado, chegou ao ápice escrevendo a sua mensagem de amor, o seu poema. Mas os gatos não são óbvios e há que saber interpretá-los. Falam por gestos, olhares, mexer de rabo e orelhas, sons diferenciados, movimentos. Os gatos são um texto maravilhoso .
Luna, minha gata persa de 14 anos, que tem o seu apartamento na lavanderia porque ficou tão triste com a chegada da Nana que adoeceu e fazia uma doença atrás da outra e se eu não tivesse a ideia de mudá-la para a sua quitinete que ela ama, provavelmente morreria, veio me ver na varanda. Ela NUNCA sobe até aqui, tem pavor. Mas eu ainda estava de muletas e minha irmã , que estava cuidando de mim não conseguiu pegá-la . Só ontem Juan a trouxe até o meu colo na varanda. Foi emocionante. Ela colocou a carinha debaixo do meu braço e ficou  imóvel, respirando e ronronando enquanto eu explicava a ela toda a  minha cirurgia, a melhora. Agradeci a sua presença no jardim, na minha vida. Eu lembrei a ela o nosso passado quando ela chegou tão pequenininha e me seguia como uma sombra. Ela me ouvia, imóvel, encantada, e quando acabei a história que contei toda em seu ouvido, ela quis descer do colo e desapareceu no jardim.

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