domingo, 9 de novembro de 2014

EM JERUSALÉM

Ontem vi um documentário mais do que interessante. Era sobre uma cinemateca em Jerusalém, algo que se tornou imenso com o tempo e é um reduto de gente de mente aberta, jovens e velhos misturados pensando em aceitar o outro, o diferente. Ouvimos a luta das dirigentes para conseguir filmes iranianos, por exemplo. Os jovens israelenses querem saber dos países árabes.
O mais importante do documentário, não é conhecer gente que luta pela paz e entendimento em Israel.,mas sim, ver a face autoritária dos super ortodoxos que tomaram a cidade para si. Aos sábados ônibus não circulam! É horrível, eles não querem mesmo a paz e são maioria no Governo (não tenho certeza, não acompanho muito, mas sua influência é muito grande) Como a religião e todo o fanatismo desemboca em ódio quando se mistura com a política.
Temos que estar atentos. O Estado, qualquer um, tem que ser LAICO e as escolas públicas também. Religião deveria ser algo íntimo.
Ouvi muitas pessoas no documentário falando : " A religião para mim é apenas a tradição, eu gosto das festas, da comida, de estar junto celebrando. Mas por que no sábado não posso pegar um ônibus em Jerusalém?"
Sou judia e nada nada religiosa. Cuido da minha espiritualidade sozinha. Mas me emociono nos casamentos judaicos, nas festas, com o cheiro das comidas, com as músicas. É a minha infância. Judaísmo para mim, é o que meu pai me deu, um olhar compassivo sobre o outro , ajudar o outro. Quando eu era jovem e houve o massacre dos Campos de Sabra e Chatila, o massacre dos palestinos, meu pai chorou.
Então vemos os ultra ortodoxos com seu fanatismo, fazendo de Jerusalém sua presa, usando Deus para a guerra e a gente pensa: como isso pode existir hoje? Por que gente que quer a paz de verdade, o convívio não pode discutir a paz?
Tenho um livro lindo lindo lindo. QUAL A PALAVRA? Ed. Paulinas. É sobre a construção da paz, é para gente de qualquer idade.
Eu o ofereci a uma editora israelense em 1994. Ela adorou, me respondeu, mas disse que em Israel já havia muitos livros sobre a paz.
 

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