Ontem falei com um amigo do nosso Clube de Leitura: o mundo está mesmo esquisito, mas vou fazer 64 anos em dezembro e só tenho uma vida, se tiver outra depois, certamente será outra coisa. Se não existir nada depois, pelo sim pelo não, há que viver esta vida com alegria e felicidade. Fazer a felicidade de quem está perto de mim é a minha tarefa. E lá vou indo com a minha trouxa de poesia, leve, feita de coisas etéreas. Por exemplo hoje, acordei às 4:30h e antes das 5h, já estava no meu banco na varanda com a garrafa térmica vermelha , uma xícara que minha irmã ceramista fez e todos os barulhinhos maravilhosos do final da noite. O mar, sua sinfonia nas minhas costas, suas intermitências. O vento no jardim, nos coqueiros, nas palmeiras, o ranger da casa, os estalos das madeiras, a casa parece um barco, parece viva e um galo lá longe, todos sabem, chamando a manhã. Deve ser terrível a manhã que se aproxima sem um galo puxando a luz com seu canto.E de repente a luz desfiando o resto da noite. O cheiro das algas e do jardim me envolve e chega o Juan. São 6h.
Depois do café Juan me traz a Luna , minha gata persa que já está com 14 anos e há uma sessão de cabeleireiro e cafuné. Primeiro a colocamos no banco e ela é escovada enquanto resmunga sem parar. Depois eu a pego no colo como um bebê e é sessão de cafuné. Canto para ela, afago, conto coisas, ela fica muito muito tempo no meu colo ronronando, lembrando... Depois quer ir para o jardim, desliza e vai descendo as escadas devagar.
Hoje comecei a dar aulas de leitura para a Vanda, nossa amada caseira. Ela quer melhorar a sua leitura para um dia poder participar do clube. Foi maravilhosa a aula. Começamos a ler um livro pequeno e lindo "As aventuras do meu avô" de Angela Quintieri.
Foi uma experiência maravilhosa para nós duas. Ela ganhou uma palavra nova: "auge" e expliquei para ela que o que mais separa um pobre de um rico é o número de palavras que possui. Com palavras e pensamentos articulados podemos nos defender. Faremos 20 minutos de aula três vezes por semana. Interpretamos o que leu. Contei para ela porque falamos português no Brasil e não uma língua indígena. Ela amou tudo, parecia explodir de felicidade e eu também.
E finalmente para fazer um feixe de flores campestres com tudo isso, hoje é o aniversário da minha neta Gabriela. Ela faz um ano hoje. E já sabe beijar na boca!
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
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